Europa tenta remover últimos obstáculos a Tratado de Lisboa

25 de outubro de 2009

BRUXELAS (Reuters) - Líderes da União Européia querem chegar a um acordo numa conferência nesta semana para remover os últimos obstáculos a um tratado que dará ao bloco mais poder global. Contudo, eles enfrentam uma batalha para definir como será financiado um acordo sobre a mudança climática.

Se eles não conseguirem chegar a um acordo, o bloco de 27 países pode parecer impotente quando tenta fortalecer seu papel no cenário mundial, ao mesmo tempo que aumenta a influência de potências emergentes como a China.

Líderes da UE disseram publicamente que têm esperanças de acabar com o impasse em ambas as questões em discussão. Mas muito depende da diplomacia antes da conferência em Bruxelas, que acontece na quinta e na sexta-feira.

A chance de um avanço na reforma do Tratado de Lisboa surgiu na sexta quando o presidente checo Vaclav Klaus, o único líder da UE que continua a se opor à carta, mostrou-se receptivo a uma proposta da presidência da UE para que ele assinasse o documento.

"Espero que alguma solução seja possível, na minha opinião. Estou otimista sobre a questão toda," disse o presidente do Parlamento Europeu Jerzy Burzek à Reuters numa entrevista.

O tratado define reformas para facilitar a tomada de decisões na UE e cria dois novos postos, um novo presidente de longo prazo e um chefe das relações exteriores que terá mais poder para representar o bloco que engloba mais de 500 milhões de pessoas.

Como condição para assinar o tratado, Klaus já pediu para não assinar uma carta de direitos que está em anexo, dizendo que ele quer defender a República Checa dos pedidos de revisão de propriedade que os alemães expulsos depois da Segunda Guerra podem fazer.
A ratificação dos checos também depende de uma revisão pela corte constitucional do país. Espera-se que o órgão aprove o documento antes da conferência. Klaus, então, o aprovaria e o tratado seria implementado até o fim do ano.
Os líderes provavelmente terão menos acordo quando o assunto for o financiamento para um acordo global sobre mudanças climáticas, para o qual haverá negociações em Copenhague em dezembro, disseram diplomatas da UE.
"Isso será sério porque não teremos posição clara sobre financiamento (para as negociações de Copenhague)," disse um alto funcionário das relações exteriores.

O financiamento para ajudar os países pobres a combater as mudanças climáticas é o principal obstáculo ao sucesso das negociações de Copenhague, que buscam um novo tratado para combater o aquecimento global.

*Postado por Maicon Silva e Henrique Alves

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