Brasileira é assassinada a tiros em Portugal.

10 de outubro de 2009

Uma brasileira foi assassinada na sexta-feira na cidade portuguesa de Belas, a 16 quilômetros de Lisboa. Sandra Ruela, de 39 anos, morreu em consequência de dois tiros disparados durante a noite.

Segundo fontes ouvida pelo jornal português Diário de Notícias, há indícios de que o responsável seria o seu namorado, o agente da polícia Vítor Manuel Contente, de 42 anos, que teria cometido o crime durante uma cena de ciúmes. A arma do crime teria sido a pistola de serviço de Vítor. A fonte do jornal diz que Vítor entregou-se à polícia, mas não houve confirmação oficial.

O casal vivia há cerca de um ano e meio em um apartamento de subúrbio, em Belas. Trata-se da última linha de prédios de um bairro recente, com cerca de 13 anos.

A vizinha da porta ao lado, que não quis revelar seu nome, disse à BBC Brasil: "O Vítor ultimamente estava mais estranho, até deixou de pagar o condomínio. Quando bebia, alterava o seu comportamento, havia grandes brigas". Segundo a vizinha, era comum o policial beber, mas "fora das horas de serviço".

Sandra foi a quarta namorada com quem Vítor morou no local. "Ele vivia aqui no prédio há 12 anos. Antes teve uma portuguesa, que não aguentou as brigas e voltou para a casa dos pais. Depois uma ucraniana e depois mais uma brasileira", lembra a vizinha.

As relações de Sandra com a vizinha não eram muito boas. "Só falei com ela uma vez. Ela estava ouvindo música muito alto e eu fui pedir para baixar o volume, porque tinha meus netos dormindo em casa. Ela disse que tinha visitas e que as visitas queriam ouvir música, por isso não ia fazer nada".

Segundo o "Diário de Notícias", foi o próprio Vítor que chamou a polícia e uma ambulância. Ele teria ligado para um colega depois de dar os tiros. Na delegacia mais próxima, a 800 metros da casa de Vítor, os policiais disseram ter recebido orientação para não dar nenhuma informação.

Na manhã deste sábado, ainda havia uma mancha de sangue que teria escorrido por baixo da porta do apartamento onde os dois moravam.

Postado por: Henrique Alves e Maicon Santos

Berlusconi ataca após ter imunidade retirada pela Justiça na Itália

8 de outubro de 2009

O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, privado de sua imunidade judicial, iniciou nesta quinta-feira (10) um verdadeiro contra-ataque, voltando-se contra a imprensa, a justiça e o presidente da República, depois de deixar claro que não pretende renunciar a seu cargo.
Após um dos dias mais difíceis de sua carreira política, Berlusconi atacou com veemência o presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, a figura mais representativa da democracia parlamentar italiana.
Agredir o presidente, eleito pelo parlamento como uma personalidade acima de qualquer partido, é um fato pouco comum na vida política italiana.
"O presidente foi eleito por uma maioria de esquerda. Suas raízes políticas são totalmente de esquerda e foi a pessoa que designou os juízes da Corte Constitucional, o que demonstra de que lado está", disparou Berlusconi falando a uma emissora pública.
"Vou mostrar aos italianos de que material sou feito", afirmou ainda na mesma entrevista, durante a qual atacou os juízes por terem "montado julgamentos farsecos, risíveis, absurdos", além de ter ameaçado "ridicularizá-los" diante do país e nas aulas jurídicas.
Ante a perspectiva de voltar ao banco dos réus por acusações de corrupção e falsos balanços, Berlusconi não apenas atacou a maior instituição do país, como também tenta desacreditar seu sistema político.
"Não se trata de um gesto improvisado. Ele decidiu opor a própria legitimidade eleitoral à das instituições, que considerada ilegítimas por não terem sido eleitas através do voto direto", afirma um editorial do "Corriere della Sera".
II Cavaliere, como é chamado, se considera o "único representante legítimo dos italianos" graças ao apoio das urnas e das pesquisas, que concedem a ele, segundo suas próprias enquetes, 70% de popularidade, afirma ainda o jornal.
Uma popularidade que, segundo as pesquisas da imprensa de oposição, diminuiu nos últimos meses por escândalos sexuais até cair a 47% em setembro passado.
"Ele despreza as instituições e o parlamento e só mantém diálogo com os italianos através de seus próprios canais de televisão", comentou o deputado de essquerda Luciano Violante.
"A violência dos ataques lançados por Berlusconi são um sinal de fragilidade", explicou Giacomo Marramao, professor de filosofia política.
"É como se dissesse: o Estado sou eu e mais ninguém", comentou ainda.
O especialista descarta, no entanto, uma mobilização em massa a favor do milionário política em um momento tão delicado, marcado também pelos recentes escândalos protagonizados por suas festas com prostitutas de luxo e menores de idade.
Berlusconi corre o grande perigo de perder o poder se a justiça italiana o condenar pelo suborno do advogado inglês David Mills quando for retomado o julgamento pendente.
Na véspera, a Corte Constitucional da Itália invalidou a lei que garantia a imunidade penal do chefe de Governo em virtude de uma medida adotada em 2008 após assumir pela terceira vez o poder.
A sentença gerou uma dura reação de Berlusconi, que qualificou de ilegítimo o trabalho da Corte Constitucional e acusou seus juízes de serem "de esquerda".
Os 15 juízes da Corte Constitucional concluíram que a imunidade deve ser determinada por lei constitucional e não por lei ordinária, como a aprovada ano passado.
A Lei Alfano de 2008 congelava todos os julgamentos em curso contra os quatro mais altos dirigentes de Estado durante o lapso de tempo que durasse seu mandato.

* Postado por Lucas Cardozo e Irla Nunes

Irlanda aprovou Tratado de Lisboa, anuncia premiê

5 de outubro de 2009

DUBLIN - O primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, anunciou hoje que os irlandeses aprovaram o Tratado de Lisboa. Declarando a vitória da campanha do governo pelo "sim", mesmo antes do final da contagem dos votos do referendo de sexta-feira, Cowen disse em entrevista coletiva: "Hoje, o povo irlandês falou com voz clara e retumbante. Este é um grande dia para a Irlanda e um grande dia para a Europa." O "sim" obteve 67,1% dos votos e houve uma participação de 58%. Em 2008, o tratado havia sido rejeitado por 53,4% dos irlandeses.

A União Europeia qualificou a aprovação irlandesa como "um amplo" voto de confiança na integração europeia. "Minha mensagem hoje é muito simples: obrigado Irlanda!", disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso.

Em Estocolmo, o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, cujo país controla atualmente a presidência rotativa da UE, disse que era um "ótimo dia para a Europa". O presidente do Parlamento Europeu, Jersy Buzek declarou que o "sim" irlandês ao Tratado de Lisboa mostra o "verdadeiro compromisso" do país com a UE. Mas, segundo Buzek, o bloco ainda enfrenta grandes desafios, entre eles desemprego, imigração ilegal.

Uma nova rejeição do acordo pelos irlandeses atrasaria a integração da UE e sua expansão adicional, além de debilitar o euro. Dublin aceitou convocar nova consulta depois de receber garantias da UE a respeito de sua neutralidade militar, sistema de impostos e proibição do aborto.

Criado para substituir a Constituição Europeia - rejeitada pelos eleitores da França e da Holanda em 2005 -, o objetivo do Tratado de Lisboa é instituir novos mecanismos de defesa e relações exteriores, além de criar um mandato de longo prazo para um presidente do Conselho Europeu. Mas, antes de ser adotado, o tratado tem de ser aprovado por todos os 27 países que integram o bloco. Até o momento, 24 membros já ratificaram o texto.

Postado por: Michel Bomfim de Souza e Rafaela Lima Hughes

Na Bélgica, Lula defende ‘reforma profunda’ na ONU


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou a importância de “uma reforma profunda” da Organização das Nações Unidas (ONU), “com a inclusão de países em desenvolvimento como membros permanentes do seu Conselho de Segurança”, em discurso após assinatura de atos com o primeiro-ministro belga, neste domingo (4), em Bruxelas.

Na recente reunião do G-20, Brasil e União Européia estiveram unidos na defesa de uma governança global representativa, democrática e, por essa razão, mais legítima e eficaz. Para tanto é necessária uma reforma profunda das Nações Unidas, com a inclusão de países em desenvolvimento como membros permanentes do seu Conselho de Segurança", disse.

Conto com o empenho da Bélgica para que a União Européia faça sua parte para honrar as decisões de Pittsburgh. Em particular, a rápida conclusão da Rodada de Doha, fundamental para a recuperação da economia mundial”, acrescentou.

No discurso, Lula destacou a “antiga relação de amizade e colaboração” entre Belgica e Brasil. “Investimentos belgas na siderurgia e em infraestrutura - assim como muitos belgas empreendedores - vêm contribuindo para construir o país que hoje somos”, disse.

Lula citou estimativas de aumento de 5% no PIB disse que “os homens de negócio belgas terão oportunidade de conhecer o vasto leque de projetos de investimentos de médio e longo prazos que planejamos”, como os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, as obras do PAC, a exploração do petróleo no pré-sal e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, em reunião a ser realizada na segunda-feira (5).

“Poderemos ampliar os já expressivos investimentos recíprocos, assim como nosso comércio bilateral.”

Postado por: Henrique Alves e Maicon Santos

Espanha pode indiciar piratas somalis presos

MADRI, Espanha, 4 Out 2009 (AFP) - O juiz antiterrorista espanhol Baltasar Garzón iniciou uma diligência judicial contra os dois piratas somalis detidos este domingo depois de sequestrar um pesqueiro espanho no litoral da Somália, informou o ministério espanhol da Defesa.
Garzón deve determinar se os dois piratas serão indiciados por tomada de reféns e terrorismo.
O navio pesqueiro "Alakrana" foi capturado na sexta-feira no Oceano Índico, entre a Somália e a Ilhas Seychelles.
A prisão aconteceu neste domingo, um pouco depois que os dois piratas abandonaram o pesqueiro. A fragata espanhola "Canarias" os seguiu e os deteve.
O navio continua ancorado no litoral somali sob vigilância de duas fragatas e a tripulação de 36 homens, segundo a marinha espanhola, está bem.

*Postado por Maicon Santos e Henrique Alves

Irlanda faz plebiscito decisivo para Constituição do bloco

4 de outubro de 2009

Pesquisas apontam que o Tratado de Lisboa será aprovado no 2º referendo; país é o único a realizar referendo
DUBLIN - A Irlanda realiza nesta sexta-feira, 2, um segundo plebiscito sobre o Tratado de Lisboa, que vai substituir a Constituição da União Europeia, rejeitada por França e Holanda. Sondagens apontam vitória do "sim". Outro "não" da Irlanda levaria a UE a uma profunda crise. O país, cujos 4,3 milhões de habitantes representam menos de 1% da população europeia, é o único do bloco obrigado por sua Constituição a realizar um plebiscito sobre o tratado.

Bruxelas depende da Irlanda para ratificar o Tratado desde que o país, que representa menos de 1% dos quase 1 milhão de habitantes do bloco, rechaçou a proposta, provocando um caos político na UE. Desta vez, a UE prometeu à Irlanda que a aprovação do documento não terá impacto em questões como a neutralidade da ilha, seu vantajoso regime fiscal, a proibição do aborto ou a proteção dos direitos trabalhistas.

Para entrar em vigor, o Tratado de Lisboa, um complicado documento que estabelece os termos de uma reforma nas instituições europeias, precisa ser aprovado pelos 27 países da UE. Todas as nações, com a exceção da Irlanda, levaram o documento à apreciação de seus parlamentos. A Irlanda foi a única a submeter o tratado a aprovação popular - e também a única a rejeitá-lo.

Criado para substituir a Constituição Europeia - rejeitada pelos eleitores da França e da Holanda em 2005 -, o objetivo do Tratado de Lisboa é instituir novos mecanismos de defesa e relações exteriores, além de criar um mandato de longo prazo para um presidente do Conselho Europeu. Um segundo rechaço atrasaria fortemente a integração da UE e sua expansão, uma vez que debilitaria o euro e abriria a possibilidade de uma Europa de dois níveis.

As mais recentes pesquisas preveem agora uma vitória do governo e dos partidários do Tratado. O principal empecilho para a aprovação foi eliminado por Bruxelas quando, em junho, ofereceu uma série de garantias legais que salvaguardam os interesses da Irlanda e eliminam, a princípio, as preocupações que levaram o eleitorado do país a rejeitar o texto em 2008. Estas garantias têm a forma de um "protocolo", com a mesma força jurídica do documento que se pretende ratificar, com o qual este país mantém seu comissário europeu e reforça sua posição a respeito da neutralidade, seu vantajoso regime fiscal, a proibição do aborto e a proteção dos direitos trabalhistas.

O governo, no entanto, deparou-se nos últimos meses com um inesperado fator que, bem manipulado, afastou o fantasma de uma nova rejeição: a crise econômica. Se na anterior campanha o Executivo não soube ou não conseguiu "vender" as virtudes do Tratado a seu eleitorado, desta vez a mensagem mais clara e o que teve mais impacto é que a Irlanda só poderá sair da profunda crise permanecendo no coração da Europa

Um "sim" irlandês deixaria sem álibi o cético presidente tcheco, Václav Klaus, e o presidente polonês, Lech Kaczynski, que se negaram até agora a assinar as ratificações em seus respectivos países com o argumento de que o novo tratado morreu na Irlanda há um ano. Em Bruxelas não se descarta, no entanto, que mesmo após um "sim" irlandês possa jogar uma última carta contra o Tratado de Lisboa adiando sua ratificação para depois das eleições no Reino Unido (2010), com a esperança de que os conservadores vençam e cumpram a promessa de um plebiscito.

Desde o colapso do projeto de uma Constituição europeia, nos referendos francês e holandês de 2005, a UE vive a incerteza com relação ao Tratado, sem se atrever a dar novos passos no processo de integração pela incerteza em torno do futuro de suas instituições e suas normas de funcionamento.

Com o novo tratado, a UE disporia de um presidente estável, aumentaria a coerência e eficácia de sua política externa - fundindo em uma única figura, a do alto representante, as dimensões orçamentária, política e diplomática de sua ação internacional - e agilizaria a tomada de decisões.
Postado por : Michel Bomfim de Souza e Rafaela Lima Hughes