Brasil e Índia querem apresentar recurso sobre genéricos contra a UE

24 de outubro de 2009

Brasil e Índia querem apresentar à OMC queixa conjunta contra a UE, devido à política do bloco sobre patentes de remédios. Entidades humanitárias acusam europeus de dificultar acesso de países pobres a medicamentos.

Índia e Brasil planejam entrar com recurso na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia, em uma disputa envolvendo a apreensão de medicamentos genéricos efetuada pelos europeus.

Diplomatas dos dois países junto à OMC afirmaram que seus governos decidiram encaminhar um pedido para realização de consultas com a UE, primeira etapa para lançar uma disputa comercial formal.

Em dezembro de 2008, as autoridades holandesas apreenderam genéricos para tratamento de hipertensão, a caminho da Índia para o Brasil. Ambos os países acreditam que o caso é um símbolo do desrespeito das nações ricas e das grandes corporações.

Dilema

A luta entre as multinacionais farmacêuticas e os países ricos e os países em desenvolvimento envolve políticas de comércio e a questão de patentes e propriedade intelectual sobre medicamentos. O dilema é: como conciliar o fornecimento de remédios acessíveis à população de países pobres com a necessidade de se promover a pesquisa médica com o dinheiro arrecadado através das patentes dos medicamentos.

"Decidimos lançar a realização de consultas", afirmou o embaixador da Índia junto à OMC, Ujal Singh Bhatia. "Só estamos finalizando os procedimentos", observou.

"No momento, a decisão de Brasília é de seguir adiante", confirmou o representante brasileiro na OMC, embaixador Roberto Azevedo. Os dois diplomatas ainda não decidiram quando será feito o pedido formal para notificação.

Dois pesos e duas medidas

Tentando um tom conciliatório, a Comissão Europeia afirmou que está levando a sério a questão do acesso a medicamentos por parte dos países em desenvolvimento, e examina os casos de apreensão de remédios.

"A Comissão concorda que ações contra falsificações e contra drogas perigosas não deveriam ser realizadas às custas do comércio de medicamentos genéricos genuínos ", contemporizou Lutz Guellner, porta-voz da comissária europeia para o Comércio, Catherine Ashton. Ela discutiu a questão com o ministro indiano de Comércio e Indústria, Anand Sharma, no começo de outubro, e concordou em continuar trabalhando no assunto.

Em um relatório divulgado nesta semana, as ONGs Oxfam e Health Action International (HAI) acusaram a Europa de estar usando dois pesos e duas medidas, quando de um lado baixa preços de medicamentos no mercado interno e, por outro lado, dificulta o acesso de países pobres a medicamentos baratos.

Passo importante

"Brasil e Índia estão dando um passo importante para derrubar a política europeia de patentes, que está indo na direção errada e impedindo o acesso de milhões de pessoas a medicamentos importantes", declarou Rohit Malpani à Deutsche Welle. O consultor da Oxfam é um dos autores do documento.

Segundo ONGs, leis de patentes severas prejudicam 2 bilhões de doentes no mundoBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Segundo ONGs, leis de patentes severas prejudicam 2 bilhões de doentes no mundo

"A União Europeia pressiona países como a Índia ou o Equador a introduzirem regras de patentes que vão muito além das impostas pela OMC", acusa o estudo da Oxfam e da HAI. As entidades acusam a UE de colocar os interesses da indústria farmacêutica "acima da saúde de 2 bilhões de pessoas no mundo inteiro, que não têm acesso a medicamentos básicos".

Segundo David Hachfeld, diretor do departamento de política comercial da Oxfam alemã: "A rígidas regras de patentes da UE subvertem as metas de desenvolvimento do milênio, restringirem o comércio de genéricos, e dessa forma fazem com que o preço dos medicamentos chegue às alturas".

"A Índia, por exemplo, produz mais de 80% das drogas anti-HIV de preços acessíveis empregadas no mundo. O endurecimento das regras de patentes da UE deixaria à deriva milhões de portadores de HIV nos países em desenvolvimento", acrescenta Hachfeld.

Desde o fim de 2008, policiais alfandegários de Alemanha e Holanda apreenderam 19 carregamentos de remédios genéricos destinados a países em desenvolvimento, de acordo com a Oxfam e a HAI.

Inspeções

Elise Ford, diretora da representação da Oxfam junto à União Europeia, afirmou que as ações resultariam em medicamentos com preço mais alto nos países em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que a Comissão Europeia está lançando sua própria campanha para assegurar acesso para genéricos baratos dentro de seus Estados-membros.

Autoridades da UE lançaram no começo do ano passado uma série de inspeções para descobrir depósitos ilegais de genéricos em empresas farmacêuticas. A suspeita é de que algumas farmacêuticas recorram à prática do estoque para adiar, assim, a distribuição de medicamentos baratos, lucrando com os remédios de preços mais altos já existentes no mercado.

As autoridades europeias argumentam ter o direito de inspecionar medicamentos genéricos em trânsito, para proteger os cidadãos e pessoas em países desenvolvidos de medicamentos falsificados. A apreensão que irritou o Brasil e a Índia envolveu um carregamento de losartan, o nome genérico para o remédio contra pressão sanguínea alta Cozaar, da Merck. Os medicamentos estavam sendo exportados pelos laboratórios Dr. Reddys, da Índia, e retornaram ao país, após serem liberados pela alfândega.

Formalmente, as regras da OMC preveem que a Índia e o Brasil encaminhem queixas separadas, embora elas possam ser consolidadas em um único caso. "As equipes de juristas já estão se comunicando entre si e se preparando" afirmou Azevedo. "No caso de um encaminhar uma petição, então o outro também tem que fazer uma acusação que seja consistente."

Autor: MD/rtr/ots
Revisão: Augusto Valente

Justiça da Suécia vai libertar a ex-presidente dos sérvios da Bósnia

22 de outubro de 2009


Biljana Plavsic, ex-presidente dos sérvios da Bósnia, presa na Suécia por crimes de guerra, será libertada em 27 de outubro, anunciou nesta quinta-feira (22) o ministério sueco da Justiça.
No mês passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) aprovou a libertação antecipada de Biljana Plavsic, condenada em fevereiro de 2003 a 11 anos de prisão.
"Em sua decisão de 14 de setembro de 2009, o Tribunal Penal Internacional concorda com uma libertação condicional de Biljana Plavsic segundo a legislação sueca", afirma um comunicado do ministério sueco.
De acordo com a lei sueca, o réu pode ser liberado por boa conduta quando já cumpriu dois terços da pena.
A ex-presidente dos sérvios da Bósnia está detida desde junho de 2003 na penitenciária feminina de Hinseberg, 100 quilômetros ao oeste de Estocolmo.
Biljana Plavsic,de 79 anos, admitiu sua responsabilidade, como vice-presidente da entidade sérvia da Bósnia proclamada unilateralmente, na campanha de perseguição das forças sérvias das Bósnia contra os muçulmanos e os croatas da Bósnia durante a guerra que deixou 100 mil mortos de 1992 a 1995.
Plavsic se tornou presidente da 'Replika Srpska' em 1996, após o fim da guerra e a retirada de Radovan Karadzic, também detido pelo TPI.

* Postado por Lucas Cardozo e Irla Nunes

Apesar de 'boicote', tribunal confirma início do julgamento de Karadzic


O tribunal de crimes de guerra para a ex-Iugoslávia afirmou nesta quinta-feira (22) que o julgamento do ex-líder sérvio Radovan Karadzic continuará como agendado. apesar de sua intenção de não comparecer ao dia de abertura do julgamento na próxima semana.

Karadzic, que argumentou não estar recebendo um julgamento justo por não ter tido tempo suficiente para uma boa preparação, afirmou na quarta-feira que não tem intenção de comparecer ao início do julgamento na segunda-feira, dia 26 de outubro.

"No momento não há indicação de que o procedimento não irá seguir conforme o agendado. O controle dos procedimentos do tribunal está nas mãos dos juízes do tribunal", afirmou a representante do tribunal Nerma Jalacic em comunicado.

* Postado por Lucas Cardozo e Irla Nunes

Museu de cera se desculpa por outdoor com Hitler na Tailândia

18 de outubro de 2009

Outdoor em estrada de grande movimento trazia figura do ditador fazendo saudação nazista.

- Um museu de cera na Tailândia pediu desculpas públicas por um outdoor com propaganda que destacava a figura do ditador Adolf Hitler fazendo uma saudação nazista. 

O outdoor foi coberto após o museu receber centenas de reclamações, entre elas das embaixadas da Alemanha e de Israel na Tailândia. 

A propaganda, colocada há duas semanas em uma estrada de grande movimento entre a capital do país, Bangcoc, e o balneário de Pattaya , dizia: "Hitler não morreu". 

O anúncio fazia parte de uma série de outdoors para promover o museu de cera Louis Tussaud's Waxworks, em Pattaya. 

O diretor do museu, Somporn Naksuetrong, disse que a imagem de Hitler não foi usada para celebrá-lo e pediu desculpas pela gafe, dizendo que não sabia que deixaria tanta gente aborrecida. 

O embaixador alemão no país, Hans Schumacher, disse ao jornal Bangkok Post que a propaganda era de "mau gosto" e que reclamou diretamente ao ministério das Relações Exteriores da Tailândia.


Postado por Michel Bomfim de Souza e Rafaela Lima Hughes

Diplomatas criticam outdoor com Hitler na Tailândia

BANGCOC - Um outdoor com uma imagem de Adolph Hitler usada como propaganda de um museu de cera na Tailândia foi coberto após queixas dos embaixadores de Israel e da Alemanha, informou o gerente do museu. "A ideia foi de uma agência de publicidade e nós não pretendíamos causar nenhum tipo de ofensa", afirmou Somporn Naksuetrong, gerente do Louis Tussaud''s Waxworks, que fica na cidade de Pattaya.


O outdoor, que, na língua local, dizia "Hitler não está morto", ficou em exposição várias semanas na principal estrada que liga a capital do país, Bangcoc, a Pattaya e era destinado a promover a inauguração do museu, programada para o próximo mês. "Nós não mostramos essa imagem para celebrar Hitler", afirmou Somporn.


"Nós acreditamos que ele é uma figura histórica importante, mas de um modo terrível. Nos desculpamos por ter causado qualquer ofensa, que não foi de nenhum modo intencional", acrescentou.


O jornal Bangkok Post citou o embaixador alemão no país, Hanns Schumacher, que teria afirmado que "esse tipo de propaganda de absoluto mau gosto afetaria os sentimentos de muitas pessoas" e pedido que o outdoor fosse retirado. O embaixador israelense, Itzhak Shoham, também teria feito o mesmo pedido. "É totalmente inaceitável ter um monstro como Adolf Hitler em um anúncio público", disse Shoham ao jornal. As informações são da Associated Press. 


Postado por: Michel Bomfim de Souza e Rafaela Lima Hughes

Grandes economias discutem em Londres formas de conter o aquecimento global

LONDRES, Reino Unido, 18 Out 2009 (AFP) - Os representantes dos mais importantes países responsáveis pelas emissões de dióxido de carbono iniciaram neste domingo dois dias de discussões sobre o aquecimento global, com o objetivo de preparar a cúpula da ONU, que será realizada em Copenhague em dezembro, indicou o ministro britânico de Energia e Mudanças Climáticas (DECC).
"Este dia é o começo do fim da partida, pois a apenas 50 dias das negociações finais de Copenhague temos que imprimir mais força ao jogo", declarou Ed Miliband em um comunicado.
"O Reino Unido está pressionando para que o Fórum das principais economias sobre energia e clima (MEF) obtenha um acordo ambicioso", acrescentou.
O Fórum foi lançado pelo presidente norte-americano Barack Obama em março. É destinado a facilitar a busca por uma posição comum entre as economias mais poluidoras.
É a quinta vez que seus membros --entre eles Brasil, Reino Unido, França, Itália, Índia, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Rússia-- se reúnem desde sua criação.
Vários países foram convidados, como Lesoto, Maldivas, Bangladesh, Costa Rica, Etiópia e Argélia, segundo um porta-voz do DECC.
As discussões serão realizadas de domingo a segunda-feira e os principais temas abordados serão o financiamento do combate ao aquecimento global, a gestão florestal e a maneira de reduzir as emissões de CO2, gás causador do efeito estufa considerado o principal responsável pelo aquecimento global.
"Representamos 90% das emissões mundiais (de CO2), então se conseguirmos avançar e reduzir as divergências entre os (17) países mais envolvidos no problema, isso facilitará as discussões nas Nações Unidas", explicou Ed Miliband à rede de televisão BBC
*Postado por Maicon Silva e Henrique Alves

Feira do Livro de Frankfurt torna-se cada vez mais uma feira de mídias

Para os milhares de expositores da maior feira internacional do mercado livreiro, uma das questões centrais é como enfrentar os desafios da digitalização do conteúdo. Mesmo assim, o bom e velho livro não faltará.

A 61ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, maior feira mundial do mercado livreiro, abriu suas portas nesta terça-feira (13/10). Até 18 de outubro, editores, livreiros, autores e leitores poderão apresentar e discutir novos desenvolvimentos e tendências do mercado livreiro internacional.

Segundo Gottfried Honnefelder, presidente da Associação do Comércio Livreiro Alemão, apesar da crise econômica o mercado editorial do país registrou um acréscimo de receita de 2,8% nos primeiros nove meses de 2009, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Entretanto, a Feira do Livro de Frankfurt está menor do que em 2008. No total, a área alugada de exposições encolheu 2%. Principalmente editoras de língua inglesa e do Leste Europeu desistiram de comparecer ou reduziram o tamanho de seus estandes.

A escolha da China como país de destaque desta edição da feira, que contou com a presença da chefe de governo alemã, Angela Merkel, em sua abertura, foi motivo de forte controvérsia.

Grande desafio

Neste ano, 7.314 expositores de 100 países oferecem mais de 400 mil títulos, dos quais 124 mil são lançamentos. Para os editores e livreiros presentes, a questão central é o tema das novas mídias. A digitalização é um das grandes tendências verificadas no setor em todo o mundo e encontrar maneiras de lucrar também através de conteúdos digitais tornou-se um desafio central do mercado livreiro.

Digitalização traz grandes mudançasBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Digitalização traz grandes mudançasO que antes era tido como visão para o futuro se torna cada vez mais realidade: romances para celular, guias de viagem para leitores digitais ou adaptações de obras literárias para smartphones. A oferta de livros eletrônicos cresce a passos rápidos.

Somente na China, há 400 mil livros eletrônicos lançados, sendo que a oferta aumenta diariamente em 8 mil e-books, segundo os organizadores da feira. E tais conteúdos e leitores digitais alteram não somente o comportamento de leitura, mas também a imagem da feira.

Cada vez mais espaços são reservados para produtos eletrônicos. Nesse sentido, a Feira de Frankfurt pretende ser pioneira, tornando-se o lugar onde novas ideias e modelos de negócios são apresentados. Com isso, a "feira do livro" tornou-se uma feira de mídias, onde se apresentam outros segmentos da "indústria criativa", como os de imagens, jogos e design.

Convidado difícil

Estande da China em FrankfurtBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Estande da China em FrankfurtMais do que nunca, o país convidado de 2009 estará no centro das atenções. Mas isso não se deve somente ao fato de a China constituir um dos maiores mercados editoriais do mundo e, como nova superpotência econômica, estar se apresentando pela primeira vez em tais dimensões na feira.

Estão planejados cerca de 450 eventos e somente a delegação oficial já é composta por mais de 800 pessoas, entre as quais estão representantes do mercado editorial, artistas, arquitetos, músicos e naturalmente escritores.

Fazendo frente aos 40 autores oficialmente convidados, presume-se que haverá um número muito maior de exilados, dissidentes e outros autores convidados por editoras alemãs.

Isso acarreta um potencial de conflito na feira, que sempre se viu como um fórum de discussão. Um primeiro escândalo já aconteceu antes mesmo do início da feira, durante uma conferência em Frankfurt da qual participaram autores chineses críticos ao regime, contra a vontade da delegação oficial chinesa.

Livros e prazer

O velho e bom livro não vai faltar, apesar das novidades digitaisBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O velho e bom livro não vai faltar, apesar das novidades digitaisMas, apesar das novidades representadas pelas novas mídias, o bom e velho livro não vai faltar. Principalmente autores mais conhecidos atraem a atenção do público: Günter Grass, por exemplo, recitará trechos do clássico O Tambor, apresentado pela primeira vez há exatos 50 anos na feira.

O autor de best-sellers Frank Schätzing se aventurou pelo futuro em seu novo romance Limit, que ele apresentará em Frankfurt. Com 320 mil exemplares pré-encomendados, o livro já é um dos maiores sucessos do mercado editorial alemão deste ano. Entre as estrelas internacionais, estão sendo esperados Margaret Atwood, Tim Parks e Leon de Winter.

Quem ainda tiver apetite para digerir algo comestível após tantos alimentos para o espírito será muito bem atendido na nova Gourmet Gallery. Em uma cozinha construída entre os 40 expositores de livros de culinária, renomados chefs internacionais apresentarão suas especialidades.

Autora: Gabriela Schaaf / Carlos Albuquerque

Revisão: Rodrigo Rimon